sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Economia

O homem trabalha para produzir, produz para consumir, consome para trabalhar. É o ciclo característico da atividade econômica. A ciência que estuda essa atividade, seus fatores e conseqüências, chama-se Economia. Antigamente, os ecônomo eram apenas administradores os bens da família e do lar. Hoje, os economistas tornaram-se personagens importantes na batalha do desenvolvimento, em que se empenham povos e nações.
Economia: O trânsito da riqueza
No mesmo dia, na mesma hora, um colecionador troca o selo com outro, um garoto pede dinheiro ao pai para consumir um sorvete, um empregado conta o salário que acabou e receber, um comerciante em apuros pede um empréstimo, com pagamento de juros, um inventor tenta conseguir capital para produzir uma nova máquina. Há nesses exemplos um série de conceitos - troca, consumo, salário, juros, produção - que são estudados em Economia.
O uso de alimentos, roupas, habitações, meio de transportes e produtos de higiene constituem um consumo, por meio do qual todos procuram satisfazer as suas necessidades vitais. Necessidades básicas, como matar a fome, vestir, morar - ou supérfluas, como fumar cigarros, chupar sorvete. Os objetos e serviços que concorrem para a satisfação dessas necessidades são chamados de bens econômicos, cujo conjunto recebe tradicionalmente o nome de riqueza.
Entretanto, é fácil perceber que nem um dos bens de consumo existe em estado natural. tudo quanto consumimos resulta do esforço humano, inclusive as coisas que julgamos mais "naturais", como leite, trigo, feijão e frutas. Nosso trabalho é que transforma os elementos da natureza (que não serve para consumo imediato) em elementos artificiais "que assim entram no ciclo econômico". Modificamos o mato em trigo, trigo em pão. Dos minerais fazemos aço e depois automóveis e aviões. Isso quer dizer que tudo o que há na natureza nos oferece é transformado pelo homem, esse ato de transformação, no qual o homem intervém com seu trabalho, é a produção. Na verdade, não trabalhamos para ganhar dinheiro, mas para produzir, isto é, criar utilidades e prestar serviços. Assim ficamos conhecendo os dois primeiro conceitos de economia:
a) Produção b) Consumo Nada se cria, tudo se troca
Imaginemos agora um homem que, para satisfazer as necessidades pessoais ou familiares, precisa produzir e para tanto passa a fabricar sapatos. Depois de produtos, ele os troca por dinheiro, isto é, vende o que produziu. Com o dinheiro obtido ele compra alimentos, roupas, paga a sua habitação e fica em condições de usar certos serviços como ônibus, trens, correios.
Quem produz móveis não os come nem os veste. Deve trocá-los por ostros bens, produzidos por outras pessoas. Seria quase impossível viver se tivéssemos que trocar diretamente uma cadeira por bife, um pão e um guaraná no bar da esquina. Ao longo da história humana, não foi muito fácil encontrar o mecanismo que permitisse realizar de modo simples e eficiente as trocas dos produtos e serviços resultantes da atividade econômica. Com o aparecimento da moeda e do crédito, a troca passou a ser indireta, por meio de dinheiro ou cheques.
Instrumento universal de troca, a moeda apareceu justamente para facilitá-la. Nos tempos antigos, a troca era feita em espécie e qualquer mercadoria servia de moeda: o chá na China, arroz no Japão, facas, conchas, panos ou colares em outras regiões. Hoje, tanto a moeda quanto o crédito são considerados instituições sociais, ou seja, criações da sociedade para possibilitar a vida em comum.
Feita de ouro, prata e outros metais nobres a moeda antiga valia o que pesava. Depois, materiais inferiores começavam a ser usados, e como recibo dos depósitos feitos juntos aos primeiros banqueiros entraram em circulação ordem de pagamento (semelhantes aos atuais cheques), que se transformaram em notas impressas, mas sem moeda podem ser entendidas como recibos, cujo valor legal é garantido pelo governo que as emite. Repare que a expressão valor legal consta nas antigas notas de cruzeiros. De qualquer modo, a falta de moeda redundaria em dificuldades para comerciar, pois as trocas teriam que ser diretas.
Os fatores da produção
Do ponto de vista da economia, produzir significa criar bens ou serviços, oferecendo-os a venda, isto é, indiretamente a troca. Alimentos, remédios, máquinas são bens econômicos. Transportes, diversões, assistências médicas são serviços. Ambos são considerados atividades de produção. Mas nem todos os economistas estão de acordo quanto aos seus fatores. A maioria diz que são três:
a) a terra b) o trabalho c) o capital
A terra nos oferece gêneros alimentícios e matéria-prima para a produção de novos bens econômicos além disso, no sentido de natureza, permite ao homem aproveitar recursos com grandes rios, mares, quedas d'água. Não tem outra explicação a secular luta pela posse ou propriedade da terra, que constitui uma notável riqueza. Como explicar, agora, os outros dois fatores ?
Se as necessidades existem e devem ser satisfeitas pelos bens de consumo, os alimentos precisam ser preparados, as roupas costuradas, as casas construídas. Nessas condições, o trabalho é o segundo fator da produção. Sendo homem o titular desse trabalho, as máquinas por ele feitas ou os animais colocados a seu serviço representam o terceiro fator. Com o correr do tempo, o homem primitivo percebeu que seus instrumentos "machado de pedra, arco e flecha" não proporcionavam a pronta satisfação de suas necessidades básicas, mas o ajudavam a obter outras coisas de consumo imediato.
Assim nasceu o que se chama de capital, conjunto de bens que não se destinam a imediata satisfação da necessidades humanas, porém facilitam a produção ou aquisição de utilidades econômicas. O capital é representado antes de mais nada pelas máquinas, instrumentos, ferramentas, matérias-primas, equipamentos, terras ou prédios possuídos: é o capital fixo ou imobilizado, que aparece nos balanços. Mas também é capital o dinheiro ou seu substituto, o crédito. Ambos representam a fonte de financiamento para a compra dos bens, pagamentos dos empregados, e etc. Dinheiro em caixa e cheques ou títulos de créditos, formam o capital ativo.
Alguns autores reduzem os fatores de produção apenas ao trabalho e ao capital, pois sem o trabalho não se consegue os bens e sem o capital não se completa o ciclo produtivo.
Dividir para melhorar
À medida que a vida em sociedade se desenvolveu, surgiu a reunião dos fatores de produção, de maneira organizada. É a empresa, que produz bens e presta serviços combinando esses fatores de acordo com seu ramo de atividade. A empresa de caráter industrial produz os bens, enquanto a empresa comercial os distribui. Assim os artigos entram em circulação e chegam até o consumidor.
As primeiras empresas, surgidas durante a Idade Média, comercializavam uma produção doméstica ou familiar, na era pré-industrial, a produção era toda caseira e não havia fábricas. Estas
aparecem na Inglaterra do século XVIII, graças a máquina a vapor e a eletricidade, e generalizam- se no século seguinte.
A indústria é o regime de produção definido pelo sistema fabril (de fábrica), por oposição ao sistema doméstico (de família). Esse regime depende muito da divisão do trabalho, fato estudado pela primeira vez pelo economista inglês Adam Smith (1723 - 1790), com base na produção de alfinetes. Se dez operários dividirem entre si as várias etapas de fabricação, fazendo cada um sempre a mesma parte do trabalho, produziram 48.000 alfinetes por dia. Caso contrário, por mais hábeis que sejam, não conseguirão fazer mais que 10 ou 12.
Com a formação de muitas empresas, aparece a repartição ou distribuição de bens. Retomando o exemplo de fabricante de calçados, depois de trocar os sapatos produzidos pelo dinheiro dos compradores, ele procede a repartição do dinheiro entre ele, seus empregados, fornecedores de couro, e etc. Portanto, a repartição econômica significa dividir entre os fatores de produção e resultado da venda dos bens ou serviços.
Quanto vale um país
Com a força do trabalho, mais os recursos do capital, obtém-se a produção global de um país, que abrange os bens de consumo e os bens de produção. Realmente, de tudo o que se produz (e também se recebe do exterior pela importação), uma parte é consumida na satisfação das necessidades básicas ou supérfluas, e a outra parte é aplicada novamente na produção, em forma de capital suplementar: é o investimento.
Isso acontece também no âmbito de cada pessoa ou família. Todos costumam fazer poupança (fazer economia, como se diz) e reservar parte dos rendimentos auferidos pelo trabalho para um investimento, por exemplo a construção de casa própria, a compra de um automóvel. Outra parcela dos rendimentos se destina as despesas de consumo: compras na feira, diversões, e etc. Chega-se assim a uma fórmula da produção global do país, chamada produto nacional bruto (PNB):
PNB = Consumo + Investimento
Essa fórmula serve para calcular a produção nacional, num determinado período, geralmente anual. A produção nacional é igual a soma dos bens consumidos (pelos indivíduos e famílias, empresas e governos) e dos bens reservados ao investimento (que formam o capital para outro ciclo de produção, no ano seguinte). Em termos de moeda ou de porcentagem, o PNB mede o grau de desenvolvimento econômico de um paíseonível de vida de seus habitantes. Dá ainda uma idéia da produtividade da nação, isto é, do rendimento do trabalho. Num mesmo período de tempo e num mesmo espaço, um agricultor americano obtém maior quantidade de arroz que um camponês brasileiro. A esse rendimento por unidade de área e de tempo chama-se produtividade. Ela depende basicamente dos conhecimentos do trabalhador, dos meios técnicos que possui e do capital que investe.
Como recompensa de seu trabalho físico ou mental, todo indivíduo produtivo recebe um salário. Esta palavra deriva de "sal", porque na antigüidade era costume remunerar um serviço prestado com certa quantidade de sal, tão útil e tão difícil de obter que era. As crianças e adolescentes enquanto apenas estudam, não ganham salário porque são considerados economicamente improdutivos, assim como os inválidos e os aposentados que recebem uma pensão da sociedade pelos serviços que lhe tem prestado.
Três são os destinos do salário. A parte que compra bens e paga serviços entra no capítulo do consumo. A renda não consumida que se transforma em investimento faz parte da poupança. E o dinheiro que é guardado no cofre e fica fora de circulação sendo portanto improdutivo, passa a fazer parte do entesouramento.
Se o salário remunera o trabalho, deve haver remuneração também para o capital emprestado por bancos ou pessoas: é o juro, preço de um crédito. Quem compra "a prestação" (ou seja, a crédito) paga um adicional sobre o preço a vista, que representa o juro do capital empatado pelo vendedor durante o tempo que durar o pagamento.
Já o lucro é a parte de dinheiro que cabe ao empresário (indivíduos, sócios ou acionistas) no processo de repartição da riqueza. É para obter certo lucro que o homem se dispõe a reunir os fatores da produção (terra, trabalho e capital) por meio da empresa. Não havendo possibilidade de lucrar, ninguém estaria disposto a constituir firmas industriais e comerciais. Isso acontece não só no regime de livre-empresa, mas também no de economia estatal, embora o estado nem sempre vise ao lucro imediato.
Mas em ambos os sistemas o estado - governos federal, estaduais e municipais - também entra na repartição da riqueza, e lança tributos os impostos para "cobrar" os serviços que presta, de natureza urbanística, sanitária, assistencial, policial, e etc.
Oferecer e comprar
Todos os produtos são mercantilizados, isto é, postos no mercado econômico da oferta e da procura. Ofereceu um produto para a venda, ou colocar a disposição dos outros um serviço, a oferta. Por sua vez, a palavra procura ou demanda exprime a ação de buscar esses bens ou tarefas, cujo valor de troca no mercado constitui o preço. Em outros termos, o preço é a medida monetária segundo a qual as trocas são realizadas. Mas a troca, quando indireta, desdobra em duas fases:
a) Compra (procura) b) Venda (oferta)
A venda é um reflexo da produção, enquanto a compra é um reflexo do consumo. Os preços de venda das mercadorias aumentam ou baixam de acordo com a elevação ou diminuição da procura, ainda que esta correlação só se verifica plenamente no mercado chamado livre. Esse é um dos inconvenientes do sistema mercantil, pois as tentativas de ajustamento (através, por exemplo, do tabelamento de preços) não solucionam os desequilíbrios resultantes de uma produção forte aqui e fraca acolá (entre o sul e o norte do Brasil, entre um país pobre e nações de economia mais desenvolvida). De um modo geral, o preço só é fixo quando a quantidade de artigos oferecida corresponde a quantidade procurada.
Ter ou não ter, eis a questão
Se exercemos a atividade econômica porque temos necessidades a satisfazer, o estudo do nível de vida e do gênero de vida permite verificar até que ponto somos bem sucedidos.
A quantidade de bens que o homem pode adquirir define seu nível de vida. Já o conceito de gênero de vida se refere a elementos qualitativos como o conforto e o lazer. Ou, resumidamente: gênero de vida é a maneira de ser; nível de vida é a capacidade de ter.
Numa sociedade subdesenvolvida, os elementos do gênero de vida - entre os quais o tempo de trabalho e a duração da escolaridade - são sacrificados em favor do nível de vida, para que as necessidades básicas como o comer e o vestir sejam cumpridas. Nas nações pobres, é comum uma criança de dez anos ir trabalhar para subsistência da família, abandonando a escola. Nos países de melhor nível de vida, porém, a redução das horas de trabalho, aumento do lazer e ampliação da idade escolar.
Os termos econômicos, o subdesenvolvimento se caracteriza pelo investimento reduzido, baixa produtividade e pequena renda per-capta (rendimento médio por pessoa, calculada pela divisão da renda nacional, pela número de habitantes do país).

A vida econômica está em constante movimento. Por isso, apresenta flutuações de prosperidade, crise, depressão, recuperação, outra vez prosperidade, crise, e assim por diante. Assim nascem os ciclos econômicos, cujas 4 fases provocam conseqüências que atingem toda a estrutura econômica de um país, desequilibrando a balança dos bens e serviços, da oferta e procura. Então, mesmo no regime de livre-empresa, o estado intervém através do planejamento e de instituições como e banco central, no sentido de equilibrar a economia. Nem sempre consegue, já que praticamente não existe a economia nacional isolada. Pelo contrário, ela se liga a um sistema internacional de mútua dependência (e de mútua concorrência), em que as vezes a vantagem de uma nação é a desvantagem de outra.

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