sábado, 27 de agosto de 2016

"Invenções de vestibulandos"

Nílson Bertoni Júnior, de 18 anos, descobriu uma maneira de estudar matérias da área de Exatas: “Pego as fórmulas mais simples e, a partir delas, tiro as mais complicadas”. Esse é o método que o estudante vem usando, principalmente nos últimos dias que antecedem o vestibular da Fuvest.
O candidato, que vai prestar Ciência da Computação na USP, Unicamp, Mackenzie e Fatec, reconhece que tem mais facilidade em Exatas, por isso prefere se ater mais nessa área e tentar fixar alguns pontos das matérias de Humanas, que apresentam mais teoria. “Leio e tento tirar os itens principais”, explica.
Como estudar nunca foi o forte de Fernando Camargo Mendes, de 19 anos, ele teve de se desdobrar nas últimas semanas, mas, mesmo assim, reconhece que não sabe alguns conteúdos de Exatas. A solução foi “malhar” as matérias de Humanas e estudar o que acha mais fácil dentro das Exatas. O candidato vai prestar Psicologia na Fuvest e na PUC.
A abertura do mercado para o profissional de línguas levou Daniela de Lima Guedes, de 18 anos, a procurar pelo curso de Letras na USP. Embora tenha sido obrigada a ir para a escola pública na 3a série do ensino médio, Daniela se dedicou aos estudos no cursinho desde o início do ano e confia que vai passar. Mas admite que terá de controlar a ansiedade, porque percebeu que está mais sensível ultimamente. “Choro por qualquer coisa e sei que isso é resultado da pressão que venho sofrendo.”
Gênios da Fuvest dão a fórmula do sucesso
Se para alguns a fórmula para ser aprovado no vestibular da Fuvest é se debruçar sobre os livros e deixar de ir a festas e namorar, para outros a receita é levar uma vida normal e, principalmente, ter confiança e amar desde já a carreira escolhida. Tiago Kenji Takahashi, de 18 anos, primeiro colocado em Medicina na USP, com 908,1 pontos em mil possíveis, por exemplo, deixou de lado ‘‘as farras de final de semana’’ e estudava todos os dias. Adriana Gusman Telles, de 19 anos, outra futura médica, também continuou levando uma vida normal. ‘‘Só deixei de sair um pouco no segundo semestre’’, conta a quinta colocada na disputa por uma vaga na Medicina, com 897,2 pontos.
Adriana mora na Vila Nova Conceição, Zona Sul, e tem um irmão mais velho que é médico, mas diz que ‘‘ele não teve influência na minha escolha, eu pensava nisso desde pequena’’. Ela fez cursinho simultâneamente ao último ano do ensino médio em 99 e não passou no vestibular. No ano passado, fez cursinho de manhã e continuou namorando e passeando normalmente. ‘‘Só no segundo semestre deixei de lado convites para festas e idas à praia, mas não deixei de namorar. Posso garantir que é uma emoção indescritível ver o esforço recompensado.’’

Juliana Helena Costa Smetana, de 17 anos, moradora em Bragança Paulista, 80 quilômetros ao Norte da Capital, cursará Ciências Biológicas após ficar em 15o lugar na classificação geral, com 876,1 pontos. Ela é a melhor classificada que não optou por Medicina ou Engenharia. ‘‘Sempre gostei de genética e vou estudar na Unicamp, que está melhor estruturada do que a USP, inclusive tem o Centro Biológico Molecular’’, afirma a jovem, que só havia prestado o vestibular como treineira, no ano passado. ‘‘Fiz o terceiro ano do ensino médio e continuei levando a vida normalmente. A fórmula é escolher certo o que se quer, não fazer por obrigação’’, comenta. Ela é filha única e não teve influência de ninguém na escolha da profissão.

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